“Cinquenta e dois médicos com função de direcção, onde se incluem directores e chefes de serviço, apresentaram o pedido de demissão como forma de contestação à falta de condições nos serviços.
No início de Julho, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho anunciou o arranque da segunda fase das obras do edifício que irá receber a urgência. Avaliadas em 16 milhões de euros, as obras têm um prazo de 350 dias para estarem concluídas — o que significa que só acontecerá em 2019. Entretanto, em Agosto, o Governo autorizou o arranque da terceira fase das obras.
A demora na concretização da renovação fez com que a urgência se mantenha num “edifício reduzido e degradado”, “sem condições para a população que serve”, que justifica o facto de o “hospital ter uma taxa de infecção muito acima daquilo que deveria ter”, afirmou ao PÚBLICO um director de serviço que não quis ser identificado. Outros serviços necessitam igualmente de obras. “É caótico”, disse.
Nessa altura o bastonário da Ordem dos Médicos e a Ordem dos Enfermeiros visitou o serviço e tornou pública a intenção de demissão dos 37 directores dos serviços médico-hospitalares caso “a situação caótica” se mantivesse. Miguel Guimarães comparou então a urgência do hospital de Gaia/Espinho a “um cenário de guerra, com macas por todo o corredor”, onde “quase que não se podia circular”. Algo que se passava, afirmou, em quase todos os serviços.
“Este hospital está a definhar”, declarou o bastonário há seis meses, a propósito desta visita que culminou com o envio de um pedido “urgente” de reunião ao ministro da Saúde. Seguiu-se uma reunião com o conselho de administração, da qual os médicos saíram com a expectativa de que as obras estariam para breve, assim como as contratações dos assistentes hospitalares.”